terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pre-Sal - INFORMAÇÕES BÁSICAS


Origem

É uma camada de sal que está enterrada no fundo do mar e que serviu de tampão para que os organismos microscópicos que se depositaram no mar primordial, formado pelo afastamento dos continentes sul americano e africano, se tornassem petróleo. Antigamente a África e a América do Sul eram unidas, quando a terra, que é feita de camadas móveis, se rompeu, para formar o que é hoje o nosso Oceano Atlântico. Nos primórdios, formaram-se vários mares rasos que receberam algas e microorganismos chamados de fitoplâncton e zooplâncton. Estes, quando morreram, foram enterrados sob o sal formado pela evaporação da água nestes mares rasos, e terras, que os geólogos chamam de sedimentos, também enterraram estes microorganismos que, sob pressão e com o passar do tempo, transformaram-se neste petróleo que hoje é encontrado no sudeste do Brasil.[3]
O conjunto de descobertas situado entre o Rio de Janeiro e São Paulo (Bem-te-vi, Carioca, Guará, Parati, Tupi, Iara, Caramba e Azulão ou Ogun) ficou conhecido como “Cluster Pré-Sal”, pois o termo genérico “Pré-Sal” passou a ser utilizado para qualquer descoberta em reservatórios sob camadas de sal em bacias sedimentares brasileiras. Ocorrências similares, sob o sal podem ser encontradas nas Bacias do Ceará (Aptiano Superior), Sergipe-Alagoas, Camamu, Jequitinhonha, Curumuxatiba e Espírito Santo como no Oeste Africano e no Golfo do México. Sendo que a grande diferença deste último é que o sal é alóctone enquanto o brasileiro e o africano são autóctones (Mohriak et al., 2004).
A título de curiosidade, os nomes que se anunciam das áreas do Pré-Sal, possivelmente não poderão ser os mesmos, pois receberem ao status de campo de produção, os mesmo deverão ser batizados, segundo o artigo 3o da Portaria ANP no 90, com nomes ligados à fauna marinha.

[editar]Geologia

De uma maneira simplificada, o Pré-Sal é um conjunto de reservatórios mais antigos que a camada de sal (halita e anidrita) neoapitiniano que se estende nas Bacias de Campos e Santos desde o Alto Vitória até o Alto de Florianópolis respectivamente. A espessura da camada de sal na porção centro-sul da Bacia de Santos é de aproximadamente 2.000 metros, enquanto na porção norte da bacia de Campo está em torno de 200 metros. A área de ocorrência conhecida destes reservatórios, segundo a Petrobras (2008), é de 112.000 km² dos quais 41.000 km² (38%) já foram licitados e 71.000 km² (62%) ainda por licitar. Este sal foi depositado durante a abertura do oceano Atlântico, após a quebra do Gondwana (Jurássico Superior-Cretáceo) durante a fase de mar raso e de clima semi-árido/árido do Neoapitiniano (1 a 7 M.a.). A análise de um perfil sísmico da Bacia de Santos nos leva a crer que existem ao menos quatro Plays na região: O primeiro referente à fase Drift (turbiditos Terciários similares aos da Bacia de Campos) acima do sal e mais três, abaixo do sal, referentes Pós-Rift (carbonatos e siliciclastos apitinianos de plataforma rasa) e ao Sin-Rift (leques aluviais de conglomerados). Em todos os casos a rocha-geradora é de toda a costa Leste brasileira, a Formação Lagoa Feia. Quando se fala do “Cluster Pré-Sal” na Bacia de Santos, as descobertas foram realizadas no Play Pós-Rift em grandes profundidades com lâminas d’água superiores a 2.000 m e profundidades maiores que 5.000 m, dos quais 2.000 de sal. As rochas geradoras são folhelhos lacustres da Formação Guaratiba (do Barremiano/Aptiano e COT de 4%). O selo são pelitos intraformacionais e obviamente o sal. A literatura científica afirma que os reservatórios encontrados são biolititos cuja origem são estromatólitos da fase de plataforma rasa do Barremiano.
O "Cluster" Pré-Sal.

[editar]Extração

A Petrobras afirma já possuir tecnologia suficiente para extrair o óleo da camada. O objetivo da empresa é desenvolver novas tecnologias que possibilitem maior rentabilidade. Em setembro de 2008, a Petrobras começou a explorar petróleo da camada pré-sal em quantidade reduzida. Esta exploração inicial ocorre no Campo de Jubarte (Bacia de Campos), através da plataforma P-34. [4]
Um problema a ser enfrentado pelo país, diz respeito ao ritmo de extração de petróleo e o destino desta riqueza. Se o Brasil extrair todo o petróleo muito rapidamente, este pode se esgotar em uma geração. Se o país se tornar um grande exportador de petróleo bruto, isto pode provocar a sobrevalorização do câmbio, dificultando as exportações e facilitando as importações. Fenômeno conhecido como "mal holandês", que pode resultar no enfraquecimento de outros setores produtivos como a indústria e agricultura. [5]

[editar]Administração

O governo considera criar uma nova estatal para administrar os megacampos, que contrataria outras petrolíferas para a exploração, isso porque os custos de exploração e extração são altíssimos. Os motivos alegados no governo para não entregar a região à exploração da Petrobras são a participação de capital privado na empresa e o risco de a empresa tornar-se poderosa demais.[6]

[editar]Impacto na legislação vigente

A descoberta das reservas do pré-sal tem provocado grandes debates em todo o país. Muitos defendem novos modelos de regulação para preservar uma parte maior desta riqueza para o país. É provável que estas mudanças ocorram ainda em 2009, já que o marco legal vigente para a exploração de petróleo no Brasil, ainda é lei nº 9478 de 1997 [7]. O Ministério de Minas e Energia apresentou algumas propostas junto ao governo que continuam sendo discutidas. [8]

[editar]Ligações externas

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